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A Rua Chile: Histórico e Evolução

A Rua Chile, que ao longo dos anos já recebeu vários nomes, é considerada a primeira rua do Brasil. Ela foi construída por Tomé de Souza, o primeiro governador do Brasil, em 1549. Na época, foi chamada de Rua Direita das Portas de São Bento e foi o principal fluxo de pessoas e mercadorias da colônia.

Já no século XX, a Rua Chile – que a esta altura já havia sido assim denominada – foi alvo de um tristíssimo acontecimento, o bombardeio de Salvador de 1912. As tropas federais comandadas  pelo general Sotero de Menezes abriram fogo contra a cidade na tarde de 10 de janeiro. Este crime foi autorizado pelo então presidente da república, Hermes da Fonseca, que apoiava a candidatura de J.J. Seabra ao Governo do Estado da Bahia. O bombardeio, que partiu dos canhões do Forte São Marcelo, Forte de São Pedro e Forte do Barbalho, romperam fogo acertando as duas primeiras balas junto à base do Palácio do Governo que logo foi tomado pelas chamas, assim como residências situadas na rua Chile. O conflito acabou por envolver polícia, exército e a população, no contexto de uma disputa eleitoral. Ao fim, edificações importantes foram parcial ou inteiramente destruídas, como o Palácio do Governo (atual Palácio Rio Branco), a Biblioteca Pública (que se localizava também na Praça Tomé de Souza, onde hoje se encontra a atual Prefeitura de Salvador), o antigo Teatro São João, casas e lojas na Rua Chile.

Após o bombardeio, a rua Chile passa por readaptações e reconstruções após suas perdas e é nessa época que começam as primeiras experiências arquitetônicas atualizadas, ou seja, com introdução do “art nouveau” e ecletismo. Dos anos 30 aos anos 60, a via viveu o seu apogeu e se tornou um centro sofisticado de compras e lazer em Salvador, com clientes vindos de todo o Brasil para se hospedar e passear pela rua. A Rua Chile e seu entorno compunham o maior conjunto atrativo da cidade de Salvador. A área oferecia hotéis luxuosos, cine-teatros que traziam os sucesso de Hollywood e apresentações de cantores e companhias teatrais renomadas, lojas como a Casa Sloper que vendia perfumes, jóias e vestuário e o Royal Palace com seu mobiliário em jacarandá e que vendia jarros, porcelanas chinesas e prataria.

Com a mudança, na década de 70, do Centro Administrativo de Salvador para a Avenida Paralela, houve a construção de shopping centers e a expansão da cidade para novas áreas. Esse movimento causou a descentralização das atividades comerciais e administrativas, a Rua Chile começou a entrar em declínio, e muitas das suas edificações caíram no abandono e no desuso.

Em 2019, se dá início à requalificação da área, um projeto elaborado pelo Grupo Fera, que visa a reativação deste local de extrema relevância histórica e comercial para a cidade de São Salvador. A rua Chile foi reformada, houve a substituição do emaranhado de fios de energia, por cabeamento enterrado, foi deixada à mostra os trilhos, por onde passou a primeira linha de bonde no país, recuperando a papel histórico da rua, além de requalificar as calçadas e toda pavimentação em paralelepípedo resgatando, assim, o valor estético e histórico da Rua Chile.

Rua Chile, 1940

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