As fachadas do Palacete Tira Chapéu são ricamente trabalhadas, seus adornos são responsáveis por garantir ao edifício tamanha imponência. Todas as paredes são em tom amarelo, acompanhadas por ornamentos em argamassa na cor branca, que se destacam na riqueza de detalhes da composição, característica do estilo eclético.
A fachada principal, voltada para a Rua Tira Chapéu, é a mais majestosa do conjunto. Marcando o seu eixo central, está a porta principal do edifício, em madeira com ornatos em dourado. A entrada tem seu protagonismo reforçado por adornos, frisos, colunas de ordem coríntia e até elementos figurativos, como os atlantes que emolduram o acesso principal. Também vale destacar o letreiro da Associação dos Empregados do Comércio da Bahia (AECB) e o ano de inauguração do edifício, 1917, presentes na composição da fachada.
As demais fachadas também são compostas por uma série de ornatos. As portas e janelas são retangulares, algumas acompanhadas por balcões, delimitados por balaústres e decorados com colunas de ordem coríntia. A platibanda do edifício também é ornamentada, seguindo a unidade da composição. Todos esses elementos se destacam no conjunto e garantem ritmo e movimentação às fachadas, tornando o Palacete Tira Chapéu um grande exemplo do estilo eclético em Salvador.
As fachadas do edifício encontravam-se com fissuras e manchas de umidade, danos decorrentes das chuvas e da ação do tempo. O processo de restauro se dá início a partir do mapeamento de danos e avaliação minuciosa dos itens do conjunto, através de percussões manuais feitas com martelo de borracha por técnicos especializados.
Em seguida, ocorre a etapa da limpeza: a remoção de sujidades é realizada utilizando hidrojateamento sob pressão, ao passo que os adornos são higienizados a seco ou com o auxílio de uma esponja macia embebida em água e sabão neutro, visto que são elementos mais delicados.
Após a limpeza, se dá início à retirada dos acréscimos espúrios, ou seja, remoção de elementos estranhos à estrutura original, como placas e tubulações sobrepostas à fachada original. Em seguida, ocorre o tratamento das fissuras e das partes faltantes, onde é feita a reparação dos trechos degradados com um material novo, com as mesmas características do antigo, utilizando uma técnica construtiva semelhante à original.
Por fim, ocorre a etapa da pintura. Nas paredes, onde houver descascamento, a área será reparada com auxílio de uma espátula e lixada manualmente para garantir o nivelamento da composição. A pintura preexistente não será removida, visto que é necessário garantir a preservação das camadas anteriores. A cor é definida de acordo com as prospecções estratigráficas realizadas, visando garantir um resultado mais próximo ao original possível. Os elementos decorativos, por sua vez, também serão pintados seguindo as suas características e técnicas anteriores, garantindo unidade a toda a composição.
