A cobertura do Palacete Tira Chapéu foi construída originalmente em telha cerâmica tipo marselhez da Companhia Materiais de Construção Ludolf et Ludolf, situada em Mesquita, no Rio de Janeiro. O edifício é coroado por uma platibanda decorada com adornos e esculturas que percorre todo o perímetro do edifício. A sua estrutura é composta por tesouras, terças, caibros e ripas de madeira.
A cobertura original foi desenhada em formato de “L”, assim como o edifício. Na década de 40, o prédio vizinho ao Palacete foi anexado ao edifício e a sua cobertura ganhou mais duas águas. Um aspecto interessante da sua cobertura é a existência de uma claraboia, localizada acima do elevador do edifício, utilizada para contribuir para a ventilação e iluminação no interior do ambiente.
O grande destaque da cobertura do Palacete Tira Chapéu é o seu torreão. Ele tem cobertura em formato de domo, com base quadrada. Alinhado com a fachada chanfrada do edifício e a esquina da quadra, esse elemento é o cartão de visita para os transeuntes da Praça Tomé de Souza. O torreão dialoga com a cúpula do Palácio Rio Branco e a torre da Câmara dos Vereadores, além de enriquecer e marcar a imponência do Palacete Tira Chapéu junto ao seu entorno.
Os telhados do Palacete encontravam-se danificados devido à ação dos ventos, chuva e falta de manutenção. Os pontos de infiltração estavam afetando forros, paredes e elementos decorativos no interior do edifício. Além de telhas quebradas e faltantes, o madeiramento do telhado também apresentava comprometimento em decorrência da umidade e do ataque de insetos xilófagos. Dessa forma, para iniciar o trabalho de restauro, foi realizado um mapeamento de danos identificando todas as peças comprometidas.
Todas as telhas passaram por uma análise criteriosa para definir quais poderiam ser reutilizadas e quais estavam quebradas e seriam descartadas. As telhas íntegras foram lavadas e armazenadas para a reinstalação. Já as telhas quebradas, foram retiradas e substituídas temporariamente para conter a infiltração da chuva e os danos causados pela mesma no interior do edifício.
Após o reconhecimento dos danos na estrutura de madeira do telhado, as peças que apresentaram danos graves foram substituídas por novas de mesma dimensão e características similares. E por fim, todas as peças novas e restauradas receberam imunização no madeiramento contra ataque de insetos xilófagos.
As ferragens de ligação também são analisadas a fim de verificar a necessidade de substituição. Todas as peças condenadas nesta verificação são substituídas por peças de iguais dimensões. As ligações novas das peças maiores recebem também chapas e parafusos novos para garantir o perfeito funcionamento estrutural do conjunto.
A última etapa do processo é o retelhamento. Todas as telhas limpas são reinstaladas na cobertura e as novas telhas adquiridas são colocadas seguindo o padrão das preexistentes, visando compor a unidade do conjunto.
