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O Palacete Tira Chapéu e o Ecletismo

O projeto do Palacete Tira Chapéu foi concebido em 1914 pelo arquiteto italiano Rossi Baptista. O edifício foi construído para abrigar a Associação dos Empregados do Comércio da Bahia, instituição fundada em 1900. Com isso, o Palacete surge com uso exclusivamente comercial e administrativo, com um programa de necessidades composto por lojas para arrendamento no pavimento térreo, salas de escritório, sala plenária, salão nobre e biblioteca no primeiro pavimento e salas para fins de serviço, como clínicas e laboratórios no terceiro pavimento.

A edificação da Associação dos Empregados do Comércio da Bahia (AECB) é um marco dentre os edifícios ecléticos construídos no século XX e ainda existentes em Salvador. Muitas edificações representantes deste movimento foram perdidas ao longo do tempo, visto que muitos intelectuais do movimento modernista enxergavam este estilo como uma prática importada e não uma arquitetura verdadeiramente nacional. Esta condição reafirma a relevância do Palacete Tira Chapéu não só para a cidade de Salvador, mas também para a história da arquitetura.

A rua do Tira Chapéu é pano de fundo da história do Brasil, no lugar onde foi erguida a primeira capital do Brasil, a rua passou por vários processos de ocupação desde sua fundação. Anterior a construção do prédio que ocupou a AECB, o terreno era ocupado por sobrados ainda no fim do século XIX e a nova construção respeitou e manteve o gabarito já preestabelecido pelas edificações adjacentes, unificando e valorizando seu entorno. Os processos de partido e composições foram marcantes desse momento e financiadas principalmente pela elite baiana que atravessavam um período de ascensão econômica com a produção de fumo no Recôncavo, de cacau no sul da Bahia e com a indústria têxtil nas proximidades de Salvador, entre os séc. XIX para o XX.

O estilo eclético reúne em um mesmo exemplar características inspiradas em diferentes estilos arquitetônicos do passado. Sendo assim, o projeto assinado por Rossi, apresenta adornos que podem ser identificados da arquitetura barroca ao estilo clássico. Na composição da sua fachada, por exemplo, há colunas com fustes canelados e capitéis coríntios, atlantes e esquadrias que formam uma composição bem marcada e ordenada na fachada. No interior do edifício, as misturas de referências são evidenciadas nos pilares, pisos, disposição e forma das escadas e ainda nos elementos decorativos em estuque nos forros e coroamento das paredes.

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